Escolher o tipo de armazém, o layout e o sistema de armazenagem corretos pode reduzir custos logísticos, aumentar produtividade e liberar espaço precioso. Neste guia definitivo reunimos as melhores práticas comentadas por Carlos Menchik, consultor da Prolog, para ajudar você a tomar decisões estratégicas para indústria, distribuição ou varejo.
1. Entenda sua vertical de negócio
Indústria
Normalmente possui poucos fornecedores e menos clientes diretos, o que simplifica docas e fluxo interno. A expedição costuma ser voltada a filiais ou atacadistas.
Distribuidor / Atacadista
Recebe produtos de diversas origens para fracionar e enviar a muitos destinatários. Precisa de mais docas e alta capacidade de picking.
Varejo
Enfrenta fortes picos sazonais (Natal, Dia das Mães, Black Friday) que exigem armazém flexível e preparado para variações bruscas de volume.
2. Como escolher o layout de fluxo
Fluxo em I
Entrada de um lado, saída do outro. Indicado para alto volume 24h, evitando cruzamento de movimentação.
Fluxo em U
Recebimento e expedição no mesmo lado do prédio. Permite Cross Docking—produto entra, atravessa a doca e sai sem ser estocado.
Dimensões ideais do galpão
Evite formatos quadrados. Um retângulo alongado reduz percursos internos e amplia a eficiência de corredores.
3. Sistemas de Armazenagem: vantagens e aplicações
Porta-Paletes
- Prós: alta seletividade, baixo investimento inicial.
- Contras: baixa densidade; alto consumo energético em ambientes climatizados.
Drive-In
- Prós: excelente densidade, ideal para produtos de alto giro ou câmaras frias.
- Contras: baixa seletividade; exige sequenciamento FIFO ou LIFO conforme projeto.
Sistemas Dinâmicos (Flow Rack)
- Prós: densidade + seletividade via gravidade, indicado para operações FIFO intensas.
- Contras: maior capex e manutenção.
Quando o produto é refrigerado…
A prioridade passa a ser densidade para minimizar o volume de ar resfriado. Porta-paletes raramente é a melhor escolha; Drive-In ou sistemas compactos automatizados oferecem ROI superior.
4. Cross Docking: eliminando etapas e custos
Ao adotar cross docking, o CD atua como ponto de passagem: itens chegam, são conferidos e seguem diretamente para expedição. Benefícios principais:
- Reduz inventário parado e capital empatado.
- Diminui avarias e manuseios.
- Encurta lead time para lojas ou clientes finais.
5. Armazéns Verticais (VLM): a próxima fronteira da densidade
Os Vertical Lift Modules funcionam como elevadores que trazem bandejas até o operador, eliminando deslocamentos e aproveitando pé-direito alto.
Vantagens do VLM
- Economia de até 80 % de espaço comparado ao porta-paletes.
- Picking guiado por luz, reduzindo erros e tempo de separação.
- Operação simultânea: abastecimento em um lado, coleta no outro.
Casos de uso ideais
Hospitais, almoxarifados de peças, e-commerce de itens pequenos e linhas de produção com grande variedade de componentes.
6. Passo a passo para decidir
- Mapeie SKUs: volume, frequência de giro, exigências de temperatura.
- Projete crescimento: dimensione para 3–5 anos sem desperdiçar capital.
- Calcule ROI: inclua custos de energia, manutenção e expansão futura.
- Combine sistemas: Porta-paletes para itens C, Drive-In para itens A, VLM para itens B ou baixo volume.
Conclusão
Não existe uma solução “tamanho único”. O melhor tipo de armazém resulta da interação entre vertical de negócio, perfil de SKU e metas de produtividade. Ao aplicar as recomendações de Carlos Menchik—e testar diferentes combinações de layout, sistemas de armazenagem e tecnologias—você estará no caminho certo para elevar eficiência e competitividade logística.
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